terça-feira, 31 de janeiro de 2012

fall creek boys choir



"Did you want to find a way, I always saw me love, I will be love befallen, I will lay my teeth, I'll wait for growing, and we both will know. Daring on the peak, telling on the teeth, I've been down to the open road, I'll wait for you"

Blake, James and Iver, Bon

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

era ela

Ouvia Joni Mitchell. Eternizava o caril. Lia Shakespeare. Sonhava com encontros e desencontros. Afogava-se no candeeiro rosa. Roía as unhas. Venerava o Burton. Pisava girassóis. Fechava os olhos perante a lua. Contemplava a noite. Beijava as gotas. Sonhava com a possibilidade. Agarrava a aventura. Comia as palavras. Sentia o chão. Encostava-se ao quente. Tomava atitudes. Fazia o impossível. Era ela. 

N.Vieira

sábado, 28 de janeiro de 2012

Escreve. Apaga.

Escreve. Apaga. Não tem a certeza daquilo que quer dizer. Escreve. Palavras transmitem sentimentos. Palavras falam por si só. Apaga. Não quer dizer. Não se sabe exprimir. Escreve. Frases curtas transmitem sentimentos grandes. Frases simples ditam sentimentos complexos. Apaga. As palavras não medem o tempo. As palavras não chegam. Escreve. Pontos de interrogação seguidos de pontos de exclamação. Reticências reflectem o estado de espírito. Apaga. O papel não segura as palavras. O papel parece transparente. Escreve. Apaga. Escreve. Apaga. E a folha continua em branco.

N.Vieira

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

nada

Um nada que é tudo. Um nada que não é inovador. Um nada que aparece esporadicamente. Um nada que quebra. Um nada que dúvida. Um nada que, por mais que tente, não fica. Um nada que desistiu. Um nada que não sabe. Um nada que já não está. Um nada que ainda transmite. Um nada que ainda derrete. Um nada que ainda fala. Um nada que, apesar de tudo, significa. Mas um nada que fugiu. Um nada que seguiu a sua vontade. Um nada que não pode exigir. Um nada que não passa disso mesmo: de nada.

N.Vieira

domingo, 22 de janeiro de 2012

corta recorta

Corta. Tudo aquilo que fez mal. Recorta. Todas as sensações que foram agressivas. Corta. Os pensamentos mais melancólicos. Recorta. Os medos insignificantes. Corta. As coisas menos boas. Recorta. Aquilo de bom que é oferecido. Corta. Tudo o que destruiu. Recorta. Para construir de novo. Corta. Aquilo que não interessa. Recorta. Tudo o resto que é significante. Corta. Volta à vida. Recorta. Perde-se. Corta. Encontra-se. Recorta.

N.Vieira

sábado, 21 de janeiro de 2012

vida

"Esta é a tua vida. Faz o que queres e bem te apetece, e fá-lo muitas vezes. Se não gostas de algo, muda-o. Se não tens tempo para nada, pára de ver televisão e larga o computador. Se continuas à procura do amor da tua vida, pára de procurar, ele aparece quando menos esperares. A vida é simples. Abre a tua mente, braços e coração a coisas e pessoas novas. Vai a uma esplanada, exposição, a um concerto. Tira um postalfree. Experimenta comida exótica. Pergunta à próxima pessoa com que te cruzares qual é o seu sonho e partilha os teus. Viaja muito. Perde-te e encontra-te. Há oportunidades que só surgem uma vez na vida, agarra-as. Vive os teus sonhos. Concretiza os teus desejos, mesmo os mais profundos. Vive as tuas paixões. Só se vive uma vez. A vida é curta"
Postalfree, CCB

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

possibilidades

Um não sei precoce. Uma dúvida acertada. Um talvez porque sim. Um nem sim nem não. Uma possibilidade ignorada. Um simples não saber. Um contraste de dizeres. Uma incoerência entre palavras e actos. Uma questão ignorada. Um não saber gostar. Uma prova cega. Um fechar de olhos antecipado. Um fim incerto. 

N.Vieira

tic tac

Tic. Tac. Tic. Tac. As horas passam. A cozinha parece a mesma. A noite não anda. O silêncio parece ser a companhia ideal. Tic. Tac. Pensa-se. Sente-se. Alivia-se. Tac. Tic.  Não se chega a uma conclusão. Repensa-se. Sente-se o que se quer. Alivia-se o pensamento. Tic. Tac. Tomam-se algumas decisões. Quer-se mudar algo. Tenta-se ver as coisas noutro prisma. Tac. Tic. A noite continua igual, serena e silenciosa. A cozinha continua lá. O pensamento é ajudado. Descansa-se. Tic. Tac. Os olhos não fecham, abrem. O sono foi recuperado. Amanhã há outra noite, outra cozinha, outro sentimento. Agora fica-se no bom silêncio. Tic. Tac. Tic. Tac.

N.Vieira

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

2

Duas almas. Dois corpos. Duas mentes. Dois sentimentos. Duas pessoas. Dois medos. Dois quereres. Duas promessas. Duas eternidades. Dois mundos. Dois poderes. Dois desejos. Dois sentidos. Duas diferenças. Dois pedidos. Dois finais. Dois gostar. Duas vidas. Romeu e Julieta. Dois que na realidade foram um.

N.Vieira

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

the "good" life

"The good life is ever changing, challenging, devoid of regret, intense, creative and risky". Nietzsche
Life isn't easy but that's how is supposed to be. Because once you have a challenge you can't live without the thrill and the adventure. 

domingo, 15 de janeiro de 2012

big audrey

"Living is like tearing through a museum. Not until later do you really start absorbing what you saw, thinking about it, looking it up in a book, and remembering- because you can't take it in all at once"
Audrey Hepburn

sábado, 14 de janeiro de 2012

random

Random talk. Random phrases. Random thoughts. Random dreams. Random feelings. Random believes. Random you's. Random me's. Random lives. Because sometimes is just about being random. And what's random, random it is.

N.Vieira

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

I would be on my feet

"With your face sketched on it twice
Oh you're in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet

Oh I could drink a case of you darling
Still I'd be on my feet"

Joni Mitchel, the "goddess"

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

peter pan

"Never say goodbye because saying goodbye means going away and going away means forgetting"
Peter Pan, the boy who doesn't grow

tudo parou

O mundo parou. A rua parou. As pessoas pararam. O ruído parou. A casa parou. Eu parei. Por breves momentos gelei. Por breves momentos senti um aperto. Por breves momentos fiquei indefesa. Por breves momentos estava despida de medos. Por breves momentos fiquei sem ter certezas de nada. Sem dar por nada, sem saber. Sem me aperceber continuava ali. Somente sem saber.

N.Vieira

domingo, 8 de janeiro de 2012

esse no meio do peito

Às vezes sinto-o apertado. Às vezes tenho-o bem guardado. Às vezes ele também tem medo. Às vezes a mão quer ajudá-lo. Às vezes ele sente falta. Às vezes ele quer arriscar. Às vezes ele também sofre. Às vezes o que ele quer é difícil de admitir. Às vezes podia ser mais fácil tê-lo aqui, mais perto do pensamento. Às vezes ele próprio também podia ajudar. Às vezes ele fala. Às vezes o que ele quer não pode passar despercebido. Ele, aquele órgão bem frágil, vermelho e pessoal que nos permite viver mas que por vezes também não nos deixa "viver". Esse mesmo... bem aqui no meio do peito.

N.Vieira

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

perphaps

"Perphaps love is the process of gently leading you back to yourself", Antoine de Saint-Exupery.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

"it's like screaming"

"It's like screaming and no one can hear; you almost feel ashamed that someone could be that important; you almost wish that you could have all the bad stuff back, so that you could have the good".
One day someone said it was hard and that if you really wanted something you have to fight for it. Where's that day? Where's that exact moment in the past? Where's that fight?

N.Vieira

e agora?

Um rodopio. Um sopro. Um grito. Um tiro no escuro. Um aperto. Uma satisfação. Uma incerteza. Um medo. Uma vontade. Uma dualidade. Um querer saber. Um simplesmente querer. Um desconforto. Um gostar. Um arriscar. Um respirar ofegante. Uma luta. Um desafio. Uma saudade. Um pensamento. Um sentimento. Uma resistência. Uma possibilidade. Está tudo lá. Está tudo presente. E agora?

N.Vieira

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

porque complicamos?

Fazer de forte? Sim, era o ideal. Para qualquer ser humano. Mas a realidade não é assim. Não aguentamos tudo, não temos forças para tudo. Não conseguimos não dizer a verdade. Não conseguimos não ser nós próprios. Somos transparentes. Temos de dizer o que sentimos. Temos de demonstrar isso, por mais que custe. E custa muito. Não temos de ser fortes. Às vezes é preciso fraquejar. Às vezes sentir-nos perdidos e indefesos faz-nos voltar a pensar. Às vezes é bom simplesmente voltar a sentir. Não se trata de ser forte. Trata-se de sermos nós. Trata-se de dizer o que na verdade sentimos e queremos. Na teoria parece simples, não é? Então porque é que na prática complicamos?

N.Vieira