quarta-feira, 18 de abril de 2012

à sua normalidade

Chovia. Não tinha parado de chover. Já eram dois dias inteiros disto. As ruas eram lavadas. As estradas eram lavadas. Mas, mais importante, as almas eram lavadas. Cada gota que chegava trazia algo. Cada gota que caía fazia algo. As pessoas pensavam mais, questionavam-se mais. Talvez sentissem falta do sol. A verdade é que a chuva transformava o humor de qualquer ser humano. A chuva afastava a comédia e apelava mais ao drama. Mais uma vez, talvez fosse a saudade do sol. Até que parou de chover. As ruas voltaram ao estado normal. As estradas voltaram à sua realidade. E as almas voltaram àquilo que eram. Até que se percebeu: é e sempre será assim, no fim volta tudo à sua normalidade.

N.Vieira

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